HIPOCRISIA DEMOCRATA

.(Zé e Rodrigo)
Para o público de memória curta, a decisão do Democratas de pedir o afastamento de José Sarney da presidência do Senado pode até ter sido corajosa, louvável, digna de aplausos.

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Para os que não se esquecem da história, no entanto, o teatro montado ontem pelos primos Rodrigo e José Agripino Maia, um (o primeiro) presidente do partido e outro (o segundo) líder no Senado, é de uma hipocrisia sem tamanho.

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Rodrigo e José deveriam ter pedido, também, a suspensão de dois correligionários ilustres que hoje e ontem são os responsáveis diretos por todas as decisões administrativas que são tomadas no Senado - o piauiense Heráclito Fortes e o paraibano Efraim Morais. Um, Heráclito, é o atual primeiro-secretário da casa. E o outro, Efraim, ocupou o cargo durante muitos anos e até hoje responde na Justiça por decisões e atos que não se explicam à luz da moralidade.

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Além do mais, não cola e nem vinga essa história de o Democratas cobrar moralidade, pedir seriedade com a coisa pública, dizer que é defensor das leis e dos bons costumes.

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Nascido como Arena, o partido apoiou um golpe militar e fechou os olhos quando a democracia e os direitos humanos foram desrespeitados.

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Depois, como PDS, viu crescer e se desenvolver uma das figuras mais daninhas na história política brasileira - o paulista Paulo Maluf - e adorou quando o governo dos generais loteou os estados com governadores biônicos.

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Mais tarde, já PFL, foi o ícone do neoliberalismo que quase leva o país à bancarrota e berço de Antônio Carlos Magalhães - o Toninho Malvadeza que tirava leite de pedra para beneficiar a si e aos seus.

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Hoje Democratas, o rótulo mudou, a embalagem ficou moderninha, mas o conteúdo é o mesmo. Afinal, quem nasce torto...

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