ESTÓRIA DE IMAGINÁRIOS REBANHOS

Era uma vez dois fazendeiros que se achavam donos de grandes, expressivos, comportados e ordeiros rebanhos.

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Aí num ano de disputa por melhores espaços pra eles, em determinado latifúndio imaginado também por eles, pensaram o seguinte: esse ano, vou colocar o meu rebanho, que é o meu reduto, o meu bem precioso, num espaço, num cercado onde o fazendeiro adversário não colocar. Ou seja, a decisão de um, indicaria a posição contrária do outro.

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Aí, o primeiro fazendeiro, sagaz, astucioso, maquiavélico, disse: o meu rebanho vai está nestas terras aqui!

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Nisso, o outro precipitadamente já anunciou que estaria colocando o seu bem mais precioso no outro cercado.

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Quando ele já estava organizando o seu rebanho, todas as cabeças de gado se adaptando ao novo pasto(apesar de ser totalmente sem identidade pra o seu dono e pra eles próprios), o fazendeiro adversário, viu que o seu principal oponente poderia se dá bem. Aí pensou: e se eu misturar o gado? levarei vantagem porque os fornecedores de insumos, os senhores de engenhos, os industriais, terão mais respeito por mim, porque sou o administrador da fazenda que tem hoje mais recursos financeiros e políticos e maior número de cabeças.

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Pois bem crianças, levou o seu rebanho pra o mesmo cercado do fazendeiro adversário. Confusão total! por não estarem acostumadas a comungar do mesmo tratamento de seus supostos donos, começaram a se estranhar, não se adaptar, a num entenderem nada. inclusive, alguns se rebelando e mugindo de revolta.

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Bem car@s leitores, claro que qualquer relação com fatos políticos, é mera coincidência, e em nenhum momento este texto tenta denegrir e desfazer a capacidade de raciocínio e de independência de ninguém.

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Texto: Osório Boff.

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