Desde quando o vice-presidente José Alencar (PRB) defendeu um terceiro mandato para o presidente Lula, em entrevista à impresa no início do mês, o assunto está na pauta política tanto em âmbito federal quanto nos estados e municípios.
Mesmo com as declarações do presidente rechaçando a hipótese, com a manifestação de entidades com CNBB e OAB, de integrantes do judiciário e com a recente nota do diretório nacional do PT se colocando contra o terceiro mandato, a questão vem sendo debatida de Norte a Sul do país. Entre as lideranças potiguares, é praticamente consensual a opinião contrária ao terceiro mandato, seja entre aliados ou adversários do PT.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB), é um dos que já se pronunciaram contrários ao terceiro mandato. Segundo o senador, a idéia não pode ser lançada agora no Congresso pois não tem ‘‘amparo constitucional’’. Garibaldi defende a discussão da reforma política e da reeleição, mas sem brecha para a perpetuação do mandato de Lula.
O senador José Agripino Maia (DEM), líder da oposição no Senado, também declarou que não acredita que tal idéia venha a se concretizar. Segundo ele, não há clima no Congresso, nem no legislativo e nem no judiciário, para uma mudança constitucional que o mundo já experimentou e não gostou. ‘‘Quem no mundo mudou para o continuísmo não se deu bem. O continuísmo leva ao estabelecimento da impunidade e corrupção. Os dirigentes se sentem donos do poder e, pelo sentimento que adquirem, produzem para o país um péssimo princípio para qualquer democracia’’, declarou.
A senadora Rosalba Ciarlini (DEM) também não concorda com a mudança na Constituição Federal. ‘‘Independente de quem seja o governante, até porque na democracia é necessário que haja alternância de poder’’, disse.Para o coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte, deputado Fábio Faria (PMN), a discussão do terceiro mandato é especulativa e não reflete o desejo do presidente Lula. ‘‘O presidente vai acabar seu mandato com uma boa imagem, ele não vai querer embarcar nessa e sair com ranhuras. Acho que essa discussão não vai dar em nada.
Se na Venezuela não conseguiram fazer isso com Hugo Chaves, imagine no Brasil’’, comentou. Faria, que é membro do Conselho Político de Lula, informou que o assunto nunca foi tratado na reunião semanal de líderes partidários da base aliada. E que sequer deve chegar ao plenário da Câmara. ‘‘O terceiro mandato seria anti-democrático. Depois de aprová-lo, estaria aberto o precedente para o quarto, para o quinto. Trata-se de uma tese que está sendo defendida por uma minoria do PT e não vai prosperar’’.
_ SERÁ???
Fonte: Diário de Natal on line