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terça-feira, 15 de maio de 2012

O perfil moral para o político

Elaine Faustino
Por Elaine Faustino (*)

A estrutura pública foi reconhecida pelo próprio Jesus Cristo quando disse ¨Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus¨. (Mateus 22.21). Quando levaram uma pecadora perante o Senhor, evitando o confronto, sem descumprir a lei, ele proferiu: ¨Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra¨ (João 8.7). Com isso, demonstrou buscar o consenso e a paz social com sabedoria.

Para que haja a paz social, todos devem cumprir as leis, que são influenciadas pelos valores de quem as elabora e as vota. Leis elaboradas e aprovadas por pessoas de bons princípios são mais benéficas à coletividade. Lamentavelmente, por vezes, o povo, de boa-fé, escolhe seus representantes enganadas por técnicas de marketing com campanhas financiadas por recursos de origem duvidosa. Os valores em jogo não são morais, mas financeiros.

Para confrontar esse quadro vergonhoso na política nacional, em que se desperdiçam os recursos públicos enquanto a população sofre, é necessário que estejam ocupando os cargos do Executivo e do Legislativo, pessoas que tenham condições de enfrentar a sedução da corrupção e que não tenham valores morais frágeis, frouxos ou elásticos. É necessário que tenhamos políticos incorruptíveis e que haja verdadeiramente amor pelo próximo.

O sábio rei Salomão, entendido em administração pública e poder político, afirmou que ¨ Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira¨ (Provérbios 29.2). É o que está acontecendo há tanto tempo no Brasil e em diversas partes do mundo onde os ensinamentos de Cristo são desprezados.

As religiões não têm solução para os problemas sociais, pois cada um tem a sua e a corrupção continua. Os cientistas sociais desenvolvem estudos profundos na busca de soluções para as graves questões que afetam à sociedade, mas obtém sucesso muito limitado. O progresso científico-tecnológico é usado tanto para o bem quanto para o mal. As idéias proliferam de forma vulcânica. A imprensa cerca por todos os lados, visando dar maior transparência as ações públicas. A tecnologia aumenta a eficácia dos instrumentos do Estado que buscam, combater os criminosos, mas nada disso tem coibido de forma eficiente a corrupção. Embora tenham dado sua contribuição, todos os instrumentos e métodos citados não mudam o caráter dos políticos e administradores, pois a grave deficiência encontra-se nos valores.

Muitos políticos profissionais baseiam-se na premissa de Maquiavel de que os políticos profissionais que mais se destacam são aqueles que pouco se preocupam em honrar as suas promessas. O homem de bons princípios, entretanto, tem compromisso com a verdade, visto que é próprio da política não ter vínculos morais e valores éticos rígidos e bem definidos. Só resta ao povo escolher pessoas para ocupar cargos públicos eletivos que, antes de se envolverem diretamente com a política, demonstrem que sejam dignas; antes de obterem poder, demonstrem que não têm sede dele; antes de terem muito, tenham dividido o seu pouco; antes de prometerem ser fiéis no poder, o tenham sido fora dele; antes de terem compromissos com homens, tenham-nos com Deus.

(*) Elaine Faustino é Assistente Social e está como chefe de gabinete do executivo de São Pedro/RN.

2 comentários:

Anônimo disse...

até q enfim alguém q sabe escrever deu uma palhinha neste blog.Muito boa a cronica, muito bem escrita.

Anônimo disse...

Muito bom o texto. Que sirva de reflexão. sim, a autora, além de inteligente é muito linda!