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domingo, 16 de março de 2008

FOGO AMIGO



Recebi imeio do meu amigo Hugo Tavares (Hugo de tal, para os potengienses), com um artigo que mostra o que de fato ocorre nos bastidores da política tupiniquim norteriograndense e Brasileira, mais parece que ele está se referindo ao que está acontecendo aqui no nosso São Paulo do Potengí. Para deleite dos meus 6 (meia duzia) de malucos que acessam esse espaço), eis o artigo na íntegra:

FOGO AMIGO (Me engana que eu gosto)

Hugo Tavares Dutra (*)

O Rio Grande do Norte está no rol dos estados do Brasil que ainda conserva dotes tradicionais e reacionários em matéria de política. Observando a cena logo se vislumbra a presença de caciques e de remanescentes deles. Ideologia é algo que não existe e quando existe, não funciona. A política nessas plagas é feita de acordo com o vento. E como tal, tal é como ele sopra. Costumeiramente em tempo de eleição as várias forças políticas se degladiam silenciosamente, antes das convenções. Cada uma delas arruma os seus tabuleiros.
Uma prática bastante oportunista e conhecida é a política do “fogo amigo”. Nessa famigerada forma de se fazer política os personagens-candidatos armam as suas arapucas de barganha.

Dizendo-se “oposição” e perfilando-se do “outro lado” os pretendentes as prefeituras e câmaras de vereadores arregimentam em torno dos seus nomes eleitores de todas as espécies: Os descontentes, os bajuladores descartados pela situação, os oportunistas de plantão que não conseguiram segurar nenhuma teta do estado, federação maior e/ou prefeituras, etc. E ainda, os fisiologistas de toda natureza.

Ladeado por esse tipo de eleitor encontram-se muitas lideranças políticas. Os órfãos de padrinhos fora do poder são muitos, e com muita competência eles escoram-se em qualquer sombra. Dessa situação, ressucita-se aquela de que a esperança é a última que morre. Esses eleitores fazem dos seus padrinhos políticos verdadeiros salvadores da pátria. Mas, no íntimo eles, buscam somente o poder: Um emprego. Um reconhecimento oficial. Uma esmola qualquer. Nunca pensam no município. Na juventude. Na agricultura, arte, educação, saúde, etc. Esses eleitores estão somente barganhando pra si. Seguindo o exemplo dos seus líderes – Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu... Etc.

Um fato bastante intrigante e que merece ser exaustivamente repensado é a tática usada por essas lideranças, que utilizam a fachada/faceta de “oposição” para garantir espaços e serem reconhecidos, à custa dos eleitores, claro. Eles querem ser vistos, notados e se valorizam de toda forma. É aquela velha jogada: “Eu” e meus seguidores iremos “trabalhar” a minha candidatura. Se “colar colou”. Se der certo, enfrento os meus adversários... Caso as minhas aspirações não encontrem respaldo para garantir a minha vitória não me arrisco... Desisto da minha candidatura... Alio-me ao meu adversário... (Por enquanto)... E assim, barganhando e barganhando, acomoda-se com a sua fatia de eleitores, junto ao “rival” grupo político, que até ontem combatia e fazia cerrada oposição. E agora!? Pelo outro lado, o grupo criticado e combatido, aceita o aconchego, “o venha cá”, na maior naturalidade. Coisa de compadre e comadre. Pai e filho... Arrumadim.

O resultado dessa manobra tão comum suscita traição dupla.
Os dois lados são traídos. Os que eram oposição passam a ser situação, e os da situação, agora misturados, são obrigados a engolir goela baixo, os que até poucas horas eram opositores.
Os muros ainda estão cheio de salteadores. Eles são muitos. São quietos e calmos, e também dotados de olhos de águia e garras de carcará. Eles são calculistas e frios. Apenas esperam o momento certo para abocanharem o espaço junto aqueles que não sei por que, permitem a perpetuação do adágio popular – “Me engana que eu gosto”. Tudo em nome da democracia e sob o prisma do só ganha quem soma votos.
Eleição é coisa muita séria e não é cabível sob nenhum aspecto essas amarelas e surradas manobras. Essa prática deve ser desmascarada. Ninguém tem o direito de fazer trincheira na democracia para defender os seus interesses pessoais. O normal era que fossem defendidos os sonhos do povo. É dura a verdade. Mas, o povo sempre foi usado como massa de manobra e boi de piranha.

Não tenho dúvidas que eleição é uma disputa pelo poder... E aí, paciência: “Cada macaco no seu galho”. Essa história de “fogo amigo” para que se possam acomodar interesses meramente pessoal e/ou familiar é demais. Essa forma de oportunismo precisa ser banida e denunciada a população.
Chega!!! É imprescindível que todos tomem conhecimento. É preciso encarar os fatos e ter atitude. Tomar atitude faz parte de todo e qualquer pressuposto ético. Seja na política, no trabalho, na escola, enfim...

Esse tipo de artimanha do “fogo amigo” tá manjada demais. Afinal em esfera nenhuma de poder é possível acomodar todos.
Eleição é eleição. É o poder em jogo.
Por isso e muito mais... Tenho dito.
Que Deus abençoe os nossos municípios e que o povo saiba escolher bem os futuros prefeitos e vereadores desse meu “Brasil caboclo de mãe preta e pai João”.

(*) Pedagogo e Pós Graduado em História do Nordeste – UFRN


NR. Aqui tá desse jeito!

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