Ontem no tão esperado interrogatório na Comissão de Infra-Estrutura do Senado com a ministra Dilma Roussef, uma pergunta do senador José Agripino Maia (DEM-RN), logo no início da sessão, facilitou tudo para a ministra. Agripino levantou a suspeita de que Dilma mentira, sob tortura, durante o regime militar, e poderia, por isso, estar mentindo hoje sobre o dossiê.
Uma manobra desastrosa do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), logo no início da sessão da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, desmontou toda a estratégia da oposição para acuar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e forçá-la a falar sobre o dossiê contra os tucanos.
Usando uma entrevista dada por Dilma, em que ela contava que mentiu muito no período em que esteve presa e foi torturada, Agripino tentou fazer um paralelo daquela situação, no regime militar (1964-1985), com um suposto “Estado policialesco” que estaria em vigor no governo Lula.
O senador provocou reações entre governistas e oposicionistas e até fora do Congresso. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acusou Agripino de fazer uma “insinuação infeliz”. Em nota oficial, o presidente da Ordem, Cezar Britto, disse: “Na ditadura, a mentira era um direito de resistência inerente a todo cidadão, que não pode ser obrigado a se auto-acusar, ainda mais quando ameaçado de tortura ou de morte”.
No Planalto, com duas horas de depoimento, os assessores mais próximos do presidente já avaliavam que Dilma ganhara “o primeiro round”. “Ela saiu dessa sessão maior do que entrou”, afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Ao final, ele foi ainda mais enfático: “A oposição sai daqui com uma dor de cabeça: um candidato governista a mais para 2010.” “Batendo nela, a oposição fez a ministra passar de 2% para 8% nas pesquisas para presidente.
Depois dessa sessão, deve ter pulado para uns 12%. Já deve ter passado o Aécio Neves”, ironizou o senador Renato Casagrande (PSB-ES), vice-líder do bloco de oposição.
A resposta emocionada de Dilma, com a voz embargada e os olhos marejados, contando que tinha sido “barbaramente torturada” e que se “orgulhava” de ter mentido muito para a ditadura porque isso “salvou sua vida e a de outros companheiros”, arrancou aplausos de boa parte dos presentes. Mais: desarmou a oposição pelo resto da audiência, além de aumentar o tamanho político da ministra, que suportou seu primeiro teste de fogo dentro do Congresso.
Em seguida, olhou diretamente para Agripino e passou a repreendê-lo. “Qualquer comparação entre ditadura militar e democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia”, disse, lembrando sua prisão, aos 19 anos. “Fiquei três anos presa e fui barbaramente torturada”, afirmou, mostrando esforço para conter as lágrimas. “Não estou falando de heróis.
Feliz do povo que não tem heróis desse tipo porque todos nós somos muito frágeis, somos humanos, temos dor.” Para o líder democrata, a ministra “adotou uma postura de esperteza emocional, com o propósito de desviar a atenção do uso de informação do Estado”. Esperteza, ou não, oposição e governo concordam que ela foi bem-sucedida. Ao sustentar para os senadores que se orgulhava de ter mentido, Dilma confessou que “a tentação de falar a verdade era grande porque a dor (da tortura) é insuportável”. Ela disse que só resistiu porque o que estava em questão era a sua vida e a de seus companheiros. “Isso aqui, que estamos fazendo hoje, é um diálogo democrático.
Não estamos num diálogo do meu pescoço com a forca. É um diálogo de iguais”, destacou, para pontuar a diferença de tempos idos. “Na ditadura, não há verdade. Não há espaço para a verdade porque até as verdades mais banais podem conduzir à morte”, desabafou, sendo novamente aplaudida.
Fonte: tribuna do norte online.
- O zezin malvadeza deu um tiro no próprio pé da oposição!
Um comentário:
É o que ele ta ganhado tentando aparecer de mais...como um filhotinho da ditadura desses quer ter moral pra criticar uma ressitente de um sistema terrivel como aqueele..viva a demogracia..
cesar.c.a@hotmail.com
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