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terça-feira, 9 de julho de 2013

A hora do espelho


(Hugo Tavares Dutra)*

Apesar da legitimidade dos movimentos que eclodem pelo Brasil devemos ficar atentos e vigilhantes. Muitas são as tentativas de se desqualificar esses movimentos. Parte da imprensa tem se mostrado irresponsável, divulgando só o que interessa ao sensacionalismo. (um corpo caido sangrando ou morto). Outros veiculos de comunicação mostram-se totalmente omissos, como se não estivesse acontecendo nada. 

A classe política ainda não deu as devidas respostas ao povo. O congresso nacional (câmara e senado) ainda não entendeu o recado. Está se fazendo de doido. Por sua vez as Assembleias Legislativas assitem a cena como se elas não tivessem as suas responsabilidades. 

Os governadores dos estados, indiferentes, ficam por trás dos muros. Não se vê nehuma atitude por parte deles, com exceção do estado de São Paulo. Os senhores e senhoras prefeitas, esses é que estão alheios a tudo. É como diz a canção popular “TÔ NEM AI”, apesar das muitas manifestações, também nas pequenas cidades. As câmaras de vereadores, caladadinhas, delas nada se escuta. Nem um pio.

Todo mundo tá sendo cobrado. A sociedade espera posições firmes da OAB, CNBB, sindicatos, universidades, CNI, CUT, clubes de serviços, etc. Lá no fim do túnel já se percebe alguma manisfestação desses setorores da sociedade, mas ainda com timidez.

E assim o Brasil vai caminhando. O povo na rua e o restante cada um na sua. Será que é assim mesmo? E os partidos politicos? O que fazem? O que dizem? E a classe política?

São muitas as bocas que “apoiam” os movimentos... massssssss, fazem pesadas restrições e censuram os excessos. Nem percebem que vândalos infiltrados nas manifestações são os causadores da baderna. Essas pessoas apontam tanto as ações negativas que esquecem a essência verdadeira cantada (o hino nacional é o maior sucesso), pela grande maioria das pessoas que com brasilidade estão participando desses eventos.

Todo mundo de bom senso sabe que baderna é baderna, e baderna não constrói nada. É fácil demais pra muitos desbulhar o rosário de críticas no que tem de negativo nos movimentos. Esses olhares que “apoiam” , mas que só tem olhos pra bagunça, não enxergam o que tem de positivo nesse momento vivido pelo povo brasileiro.

A imensidão de cartazes levados pelas mãos do povo tais como: saúde melhor, educação de qualidade, segurança pública digna, reforma política e eleitoral, o ato médico, moralidade no poder judiciário, respeito no serviço público, reforma judiciária, melhores serviços no transporte coletivo e revisão das tarifas de ônibus, passe livre, reforma agrária, além do voto facultativo, tempo de mandato, financiamento de campanha, reeleição, etc. É um verdadeiro caldeirão de reivindicações. Todas essas questões estão sendo colocadas aos berros pelas vozes roucas das ruas do Brasil. É factual que essas reivindicações em sua maioria são antigas, mas que ao longo do tempo foram esquecidas pelos parlamentares e governos que já (des)governaram esse país. 

As muitas reivindicações incomodam. Muitas delas foram tiradas do fundo do baú pelo povo. É verdade que a corrupção é uma das práticas que mais compromete a classe política e quem administra o que é público nesse país. (com raras exceções ). 

As prefeituras municipais estão inchadas de cargos comissionados. Em vez de se fazer concurso público, continua mantida a velha política do compadrio. Por sua vez o ministério público faz vistas grossas. Não vê. Quem sabe se ele em retribuição ao povo pela luta contra a PEC 37, resolva funcionar melhor, com mais transparência e agilidade. 

Muitos privilégios estão sendo colocados em cheque. Aqueles que vivem dos benesses do que é público com certeza não estão dormindo direito. O povo ainda não tirou da cartola outras questões como por exemplo a reforma do poder judiciário. Talvez a partir daí se saiba por que a justiça é tão lenta. Diga-se de passagem: pra uns poucos privilegiados. O mensalão e seus atores... como vai ficar esse entulho jurídico? Outras questões como o voto facultativo, reeleição, tempo de mandato, eleição para juiz deverão vir à tona.
Quem apostar que esses movimentos serão calados irá perder. Eles são legítimos e oriundos do coração do povo brasileiro.

É chegada a HORA DO ESPELHO. Todos temos que olhar pra dentre de nós e dizer que, se não fizemos nada até agora, ainda podemos fazer. Se ainda não nos tocamos com o brado retumbante das ruas, tá na hora de se ligar. Se a ficha ainda não caiu, basta só você se olhar no espelho. Você verá que se nada ou pouco foi feito, reflita sobre o que você é capaz de fazer, para que o Brasil seja um país limpo, justo e soberano, embalado por uma sociedade que não foge a luta.

Vejamos o exemplo do futebol, aliás em boa hora. A seleção brasileira deu a sua contribuição vencendo a Copa das Confederações. Você se lembra quando o Felipão foi escolhido para técnico da seleção? Parte da imprensa taxou-o de ultrapassado. Você se lembra como andava a seleção brasileira? Desacreditada e numa posição bem inferior no ranking da FIFA. 

Pois bem, foi desse estado de coisas negativas que o Felipão arrumou a casa. Botou moral e ordem. Ouviu, teimou, gritou, ousou, convocou, trabalhou duro e construiu uma linda página para o futebol brasileiro. Cabe aqui o exemplo da ave Fênix da mitologia grega.
 
O Brasil não é diferente. O povo quer que o Brasil tome jeito. Quer que o Brasil acorde. O povo acordou!!! Quem sabe também se o Brasil, sim, acordou!?

E você? Demarque também a sua HORA NO ESPELHO, antes que um bagunceiro qualquer atire duas pedras: uma no espelho e outra em você.

* Pedagogo, pesquisador e pós graduado em História do Nordeste(UFRN)

4 comentários:

Anônimo disse...

Até que enfim um pensamento sensato, politizado e digamos um pouco apartidário, contradizendo também com algumas postagens deste blog sobre este assunto, fica difícil seguir uma linha de raciocínio, falta coerência ou tudo que ler acha bonito e publica?

Blog do Johan Adonis disse...

Quer dizer anônimo que tenho que publicar só uma linha de pensamento?

Anônimo disse...

Anônimo é anônimo. E por ser anônimo
é destituído de legitimiade. É igual a barulho no silêncio.

Anônimo disse...

Barulho em anti-sala de hospital.