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terça-feira, 16 de setembro de 2008

PROFESSORES FAZEM PARALIZAÇÃO PARA R$ 950,00

“Piso é Lei, faça valer!”, este é o slogan da paralisação nacional dos trabalhadores em educação realizada hoje. O objetivo é pressionar setores da sociedade para não questionar a inconstitucionalidade do piso salarial estabelecido por Lei em R$ 950,00.

A Lei 11.738/2008 foi votada democraticamente pelo Congresso Nacional e sancionada no dia 16 de julho pelo presidente Lula. A paralisação terá a duração de um dia e amanhã as aulas serão retomadas normalmente com a volta de professores e funcionários às escolas municipais e estaduais.Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul são contra o novo piso salarial e buscam aliados entre os demais estados brasileiros.

Mariza Abreu, Secretária de Educação do RS descreveu a lei, numa entrevista concedida a uma rádio do seu estado, como “inconseqüente”, uma vez que a medida representaria um acréscimo de R$1,5 milhão na folha de pagamento, que é de R$ 220 milhões.

Para Fátima Cardoso, diretora do Sindicato de Trabalhadores em Educação Publica do RN (Sinte/RN), a atitude do Rio Grande do Sul é atrasada e conservadora. “O governo que faz esse tipo de documento, quer desconhecer o primeiro passo da valorização dos profissionais de educação, ainda mais numa luta tão antiga como a nossa”, afirma.

No Rio Grande do Norte, o professor com formação em nível médio trabalhando até 30 horas semanais possui salário base de R$620,00. Com o piso implementado, a remuneração seria de R$950,00. Para o professor com nível de graduação o salário hoje é de R$868,00 e subiria para R$1.330,00. Gratificação, adicional, abono prêmio, verba de representação ou qualquer outro benefício será acrescido ao valor estabelecido pelo piso.

A diretora do Sinte/RN ressalta ainda a importância da luta dos profissionais de educação por um salário melhor que resultaria num ensino de qualidade. “O conhecimento hoje representa poder e na hora em que você está mediando o conhecimento dentro da escola você está proporcionando a todas as camadas, e em especial as camadas populares, a adquirirem um bem que pode possibilitar uma melhoria de vida no futuro”, conclui Fátima.

A lei prevê ainda que dois terços da carga horária é referente ao trabalho de interação do professor com os alunos. Um terço restante é destinado ao planejamento, estudo e pesquisa do professor fora da sala de aula.

Os professores terão uma audiência com o Secretário de Educação do Estado, Ruy Pereira, durante a manhã de hoje. Eles esperam que o secretário afirme o compromisso, antes estabelecido verbalmente, através de uma assinatura apoiando a Lei.

As cidades do interior do Estado também participam da paralisação e ainda promovem debates sobre o piso com os secretários de educação dos municípios.


.Fonte: Tribuna Online

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