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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Música brega perde o seu rei

A música pernambucana está de luto. O ‘rei’ Reginaldo Rossi faleceu nesta sexta (20), às 9h25, de falência múltipla de órgãos, em decorrência de complicações de um câncer de pulmão. O cantor estava internado no Hospital Memorial São José, no Derby, desde o dia 27 de novembro, após um mal-estar. De acordo com a equipe médica do hospital, Rossi evoluia bem ao tratamento, mas piorou de ontem para hoje e voltou a ser entubado.

Ainda não há informações sobre o velório e o enterro de Reginaldo Rossi, mas o Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou em entrevista que o velório deve acontecer na Assembleia Legislativa de Pernambuco. 

 Na década de 1970, se afastou do iê iê iê e passou a tentar imprimir uma marca artística própria com um repertório voltado para o chamado brega romântico, do qual se tornou um ícone. Nos anos 80 já era um fenômeno de vendas no Norte e Nordeste, sucesso que se manteve até o fim da carreira: nos últimos anos Rossi fazia uma média de 25 shows por mês em todo o Brasil.Ao longo dos 49 anos de carreira artística, Reginaldo Rossi gravou mais de 300 músicas em mais de 50 discos, entre inéditos e coletâneas. 

Carismático por natureza, Reginaldo Rodrigues dos Santos, ungido o ‘Rei do Brega’, nasceu no dia 14 de fevereiro de 1944, no Recife, e iniciou a carreira como músico aos 20 anos, sob influência dos Beatlese da Jovem Guarda. Segundo o próprio Reginaldo, ele imitava Roberto Carlos nas suas performances e foi o primeiro cantor de rock do Nordeste, quando comandou o grupo The Silver Jets. Seu primeiro sucesso foi O pão, que faz parte de um disco homônimo lançado em 1964.

Em 1987, lançou um de seus maiores sucessos, Garçon. Já no final da década de 1990, o cantor e compositor passou a ser visto com bons olhos pelo circuito alternativo e chegou a assinar um contrato de peso com a gravadora Sony.

Entre as principais músicas da carreira do Rei do Brega estão Se Meu amor não chega, A raposa e as uvas, O pão, Deixa de banda, Tô doidão, Era Domingo, Ai Amor, Em Plena Lua de Mel, Tenta Esquecer e Garçom. Esta última é, sem dúvida, o grande sucesso de Reginaldo Rossi, uma composição que fala de dor de cotovelo e que era uma das mais pedidas pelos fãs durante os shows.

Rossi conquistou ao longo da carreira 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante. Além disso, teve diversas de suas composições gravadas e interpretadas por outros artistas, como Pedra Letícia, de Curitiba, e Silvério Pessoa e Academia da Berlinda, de Pernambuco.

Uma curiosidade sobre a vida de Reginaldo é que, antes de ter sucesso como músico, foi estudante de Engenharia Civil durante quatro anos e professor de Física e Matemática. Além disso, em 2010 Reginaldo Rossi candidatou-se a deputado estadual de Pernambuco pelo PDT, mas não teve êxito.

Apesar de sua base artística ser o Recife, Reginaldo Rossi tem fã-clubes espalhados pelas principais capitais brasileiras como Salvador, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Maceió, Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Manaus, entre outras.

Reginaldo Rossi era casado com Celeide Rossi e deixa um filho.

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