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sábado, 23 de junho de 2012

De chuva e feira

Da coluna do Woden Madruga, na Tribuna do Norte de hoje (23/06):

Chove bem em Natal, é sexta-feira, antevéspera de São João. Tenho notícias, logo cedo, que as chuvas daqui, vindas do mar oceano, estão chegando nas regiões do Potengi, do Trairi, do Mato Grande, quase o Agreste todo. Debulho o rosário na esperança que elas continuem assim até a hora de acender a fogueira em Queimadas de Baixo. Lá, até 11 horas, havia chovido 22 milímetros. Ficarei mais satisfeito se essas chuvas estendessem até domingo e emendassem com os foguetões de São Pedro. Nas terras de Roosevelt Garcia (Passagem do Rio), lá de Taipu, já se tem mais de 150 milímetros acumulados esta semana. Pra quem plantou cana, é uma festa. 

Acessei o blogue de Johan de Adonis, de São Paulo do Potengi. Fiquei sabendo que chove em toda a região. Não adiantou a milimetragem, mas garante que a chuva é boa. Amém. Pena que a Prefeitura de lá tenha antecipado para hoje a feira que é de todos os domingos, derna que se inventou a cidade, há mais de 80 anos. Tem prefeito que sobe no palanque para passar o trator por cima das tradições do lugar. Uma pena danada. Não sei por que essas coisas são difíceis de entrar nas cabeças dos políticos. Bom, deixa pra lá, que hoje é véspera de São João e chove. 

Do Blog: Meu velho e bom amigo Woden, a chuva em São Paulo do Potengi foi de 30 milímetros bem distribuídos, molhadeira, como fala nós matutos aqui da ribeira do Potengi do saudoso e visionário Monsenhor Expedito. Eu mesmo fui conferir a tardinha lá na fazenda de Pedro Raimundo, na comunidade de Boa Vista dos Raimundos.

3 comentários:

Fábio Oliveira disse...

Será que existe ética e moral no PT?

Quem acreditaria que um dia Luiz Inácio Lula da Silva apertaria a mão do deputado Paulo Maluf, para selar algum apoio político? É amigo mais aconteceu.

E aconteceu nessa semana, para selar o apoio do PP ao candidato Fernando Haddad.

Em uma campanha eleitoral, qualquer aliança política é bem vinda, desde que não contradiga com os seus princípios, éticos e morais, não é o que representa a história da relação política entre os dois.

Maluf e Lula já trocaram muitas farpas, incluindo acusações e ofensas, não só em anos eleitorais como também em momentos históricos da política (como nas Diretas Já) e nas polêmicas registradas em seus pleitos.

Confira algumas declarações acintosas:

- "Se o civil tiver que ser o Paulo Maluf, eu prefiro que seja um general".

Luís Inácio Lula da Silva, durante a eleição presidencial de 1984.

- "O problema do Brasil não está no deputado Paulo Maluf, mas sim nos milhares de 'malufs'".

Luís Inácio Lula da Silva, em 1986

- "Faz 15 anos que Lula não está no torno, que não conta como vive, quem paga seu salário".

Paulo Maluf, quando era prefeito de São Paulo, em 1993.

- "Quem votar em Lula vai cometer suicídio administrativo".

Paulo Maluf, quando era candidato a presidente em 1993.

- "A impressão que se tem é que Cristo criou a terra, e Maluf fez São Paulo".

Luiz Inácio Lula da Silva, em 1996, sobre as propagandas das obras feitas pelo Maluf em SP.

- "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente".

Luis Inácio Lula da Silva ( presidente do PT ), no Comício das Diretas Já, na Praça da Sé, em 1984.

- "Perto do Lula e do Fernando Henrique Cardoso, eu me considero comunista".

Paulo Maluf, em crítica ao governo federal, em 2007.

- "Declaração infeliz do presidente. Ele não está a par do problema, e se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT".

Paulo Maluf (ex-prefeito), em 2005, sobre as declarações de Lula a respeito de sua prisão.

- "Se o Maluf é pescador, ele sabe que pegar lambarizinho é muito mais fácil que pegar peixe graúdo".

Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, em 2003, ao falar sobre o combate ao crime organizado em São Paulo.

Quem acredita no PT, tem que conhecer o lado obscuro do partido.

Será que a ética é conveniente só quando é de nosso interesse usá-la?

Será que é apenas uma utopia votar em um candidato que trabalhe pelo bem comum de uma sociedade, onde os próprios candidatos não sabem o que legal ou ilegal, eu ou nós, roubar ou ajudar?

Como podemos escolher o certo do errado, se não temos o certo?

Quando um rouba o outro não faz nada. E aquele dito popular de que "ele roubou, mas pelo menos fez alguma coisa", está valendo também?

Quando eu era adolescente, eu tinha uma idéia que os políticos ao terminar os seus discursos bem acalorados, derrubando e denegrindo a imagem do seu adversário, chamando "isso e daquilo outro", eles iam ao um restaurante ou até mesmo, em suas casas, e começavam a conversar como dois amigos.

Num bate-papo bem informal, uma ia falar sobre o discurso:

_ Rapaz esse homem pegou pesado dessa vez.

O outro diz:

_ Homem o povo gosta de mais, o próximo comício é seu, aí você num vai fazer o mesmo comigo? Se eu ganhar dessa vez eu te apoio na outra campanha, se não você me apoia, o que nós falamos lá no palanque num vale de nada não.

_ Agora "tome uma"!!!


CONCLUSÃO:

Tudo é combinado para pegar os bestas dos eleitores!!!!

Blog do Johan Adonis disse...

Fábio, defina o que é ética e moral?

Fábio Oliveira disse...

A ética é definida como a parte da filosofia que aborda os fundamentos da moral. É a ciência da conduta humana, ocupando-se de hábitos que constituem as virtudes e os vícios. Para Aristóteles, no plano ético, a virtude é “uma disposição adquirida, voluntária, que consiste em um meio-termo relativo a nós, definido pela razão e em conformidade com a conduta de um homem ponderado”. Para o filósofo, vício é o excesso, para mais ou para menos, estando entre esses extremos a virtude. Para ele o objetivo da ética é a felicidade, finalidade última da vida humana.

Já a moral, a despeito da confusão terminológica com a de ética, pode ser definida como o conjunto de normas que regulam o comportamento humano, variando de cultura para cultura, se modificando com o tempo no âmbito de uma mesma sociedade. A consciência moral leva o homem a distinguir o bem do mal no meio em que vive. Assim, para muitos a moral e a ética se completam, sendo a primeira eminentemente prática e a segunda teórica e reflexiva.

Política é a ciência do governo dos povos. Para o filósofo citado a atividade política visa à própria perpetuação da espécie humana, eis que não bastando o homem a si mesmo, precisa, necessariamente, viver em sociedade: “o homem é por natureza um animal político”. São Tomás de Aquino, comentando Aristóteles, exalta a política como uma atividade que visa ao bem comum, que “é o mais excelente, é o mais divino” dentre os bens propriamente humanos.

Não obstante os inegáveis avanços das instituições políticas brasileiras subsistem ainda inúmeros vícios. A postura de inúmeros representantes (ou candidatos a representantes) do povo é a de querer agradar os representados, porém isso quase sempre se dá apenas no nível do discurso, gerando uma evidente dicotomia entre as palavras e os atos concretos.

Por outro lado, os representados, ou seja, os eleitores, também apresentam muitas vezes comportamentos em que se nota uma dissociação entre a prática e discurso. Conhecemos casos de pessoas que se aproximam dos órgãos de representação popular visando exclusivamente interesse particular, que, não raras oportunidades, vão de encontro ao interesse da população como um todo, contrário ao bem comum, objetivo maior da atividade política.

O comportamento antiético está presente em atitudes não apenas em muitos dos nossos representantes. Muitas vezes está presente também no representados.

Não é difícil colher exemplos de comportamento antiético, tanto por parte dos representantes, como dos representados. É o eleitor que procura utilizar a influência que eventualmente um representante do povo possa ter, visando interesse exclusivamente pessoal e, em contrapartida, esse interce de por aquele, pois quer garantir o voto de seu eleitor. É também o caso do eleitor que faz campanha para algum candidato e, se eleito esse, cobra alguma vantagem, como por exemplo, a indicação para um cargo da Administração Pública. Também é o caso do administrador público que loteia cargos em comissão na Administração Pública, visando exclusivamente sua reeleição. Todos esses fatos ocorrem constantemente e muitos de nós consideramos isso absolutamente normal e legítimo, o que sabidamente não é.

Muitas vezes, não praticamos qualquer ato que possa ser caracterizado como imoral ou antiético. Não pedimos cargo a ninguém; não nos valemos do fato de termos algum representante político conhecido para nos favorecer em algo que é do nosso exclusivo interesse pessoal; etc. Condenável a atitude de quem se vale desses expedientes, lamentavelmente tão comum em nosso país, tanto por parte de quem pede como por parte de quem cede.

Tendo em mente os conceitos de ética, moral, cidadania ativa, e repisando que a atividade política visa ao bem comum, cabe fazer uma pergunta: será que não somos um pouco coniventes com este deplorável estado de coisas que assola a política brasileira?

Em diversas ocasiões omissão é conivência. Indiferença é conveniência.