Este texto escrevi depois de visitar juntamente com uma amiga estudante de geografia como eu, uma comunidade denominada de Queimadas, que está na terra do “NEM” (nem Ielmo Marinho, nem Taipú), pois a comunidade fica na divisa dos dois(02) municípios, e a família visitada mora numa casa de taipa com um cômodo só, uma mulher caolha, com oito filhos, cinco(05) deles menores de onze(11) anos de idade. Ambos passando terríveis dificuldades
Um sonho distante sem nome, sem norte e sem meta daquela mulher. Visita inesperada causando surpresa de forma repentina. Casualidade do acaso com o intuito de adquirir saberes e compreensões sobre o cotidiano de um dos diversos e inúmeros nichos de famílias que são vistas esporadicamente numa ou noutra rara oportunidade.
Receptividade desconexa, olho único na prole, o outro já não vê, como também não enxerga nem visualiza o rumo e a dimensão necessária para a solução imediata e pontual da fome, do choro de alarme pidão e constante para solução da necessidade básica do organismo vital do netinho adotado como filho adorado e amado.
Paira no momento um sentimento de perplexidade e impotência sobre nós. O menino magro e esquálido com olhos vibrantes, penetrantes, atinge letalmente nossa alma. Vi no olhar da colega de estudo serenidade, compaixão. Absorvi um sentimento vivido na minha infância difícil, mas muito aprazível por parte de minha saudosa genitora. Um filme colorido rodou na minha mente com imagens do meu filho, enxergando aqueles olhos grandes do menino a minha frente, sem nome nem idade. Criança suja e chorando de fome, uma ferida aberta que o mundo esconderá até quando?
A mulher sorri, mas chora por dentro, fala da família, esconde o que não sabe explicar. O mundo irrompe aos nossos olhos fagulhas de pura insensatez. Ficamos perdidos com o conceito do que é ser gente na imensidão de desigualdades sociais que nos bitola horizontalmente numa linha e parâmetro inclusivo e mentiroso de cidadania. Os olhos daquele menino magro e sorridente queriam dizer-nos algo, chamar a nossa atenção. Será que o grande país do povo, de Deus e de Lula está vendo aquele ponto equidistante mensurado no Brasil rural com gente?
Senti-me pequeno, muito pequeno, burguês e arrogante diante daqueles olhos. O carinho daquela mulher para os filhinhos famintos adoçou minha alma, embriagou o a minha razão e respingou na linha do tempo da minha vida.
Chorei por dentro, não de pena, mas de impotência diante da cena, do ato, da peça que o grande teatro da vida nos impõe e nos mostra um mundo tão globalizado, tão evoluído, tão inteligente, com tantas oportunidades. Na serenidade da colega pude ver a sua emoção, no olhar daquele menino pude sentir a minha responsabilidade de como cidadão lutar sempre e incansavelmente por um mundo mais solidário, fraterno, desigual.
Lembrei da declaração dos direitos universais do cidadão, onde diz que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, não vi isso nos olhos daquela criança.
Senti a alegria no sorriso banguelo daquela mulher, espantar o choro do netinho, deixar aqueles olhos grandes e brilhantes do menino magro mais acesos quando mostramos alguns presentes para eles. (Artefatos meramente mascaradores da triste realidade em que eles vivem).
Saímos eu, minha amiga e a imagem dos olhos grandes e brilhantes daquele menino roendo a minha alma...
Por: Johan Adonis.
Um sonho distante sem nome, sem norte e sem meta daquela mulher. Visita inesperada causando surpresa de forma repentina. Casualidade do acaso com o intuito de adquirir saberes e compreensões sobre o cotidiano de um dos diversos e inúmeros nichos de famílias que são vistas esporadicamente numa ou noutra rara oportunidade.
Receptividade desconexa, olho único na prole, o outro já não vê, como também não enxerga nem visualiza o rumo e a dimensão necessária para a solução imediata e pontual da fome, do choro de alarme pidão e constante para solução da necessidade básica do organismo vital do netinho adotado como filho adorado e amado.
Paira no momento um sentimento de perplexidade e impotência sobre nós. O menino magro e esquálido com olhos vibrantes, penetrantes, atinge letalmente nossa alma. Vi no olhar da colega de estudo serenidade, compaixão. Absorvi um sentimento vivido na minha infância difícil, mas muito aprazível por parte de minha saudosa genitora. Um filme colorido rodou na minha mente com imagens do meu filho, enxergando aqueles olhos grandes do menino a minha frente, sem nome nem idade. Criança suja e chorando de fome, uma ferida aberta que o mundo esconderá até quando?
A mulher sorri, mas chora por dentro, fala da família, esconde o que não sabe explicar. O mundo irrompe aos nossos olhos fagulhas de pura insensatez. Ficamos perdidos com o conceito do que é ser gente na imensidão de desigualdades sociais que nos bitola horizontalmente numa linha e parâmetro inclusivo e mentiroso de cidadania. Os olhos daquele menino magro e sorridente queriam dizer-nos algo, chamar a nossa atenção. Será que o grande país do povo, de Deus e de Lula está vendo aquele ponto equidistante mensurado no Brasil rural com gente?
Senti-me pequeno, muito pequeno, burguês e arrogante diante daqueles olhos. O carinho daquela mulher para os filhinhos famintos adoçou minha alma, embriagou o a minha razão e respingou na linha do tempo da minha vida.
Chorei por dentro, não de pena, mas de impotência diante da cena, do ato, da peça que o grande teatro da vida nos impõe e nos mostra um mundo tão globalizado, tão evoluído, tão inteligente, com tantas oportunidades. Na serenidade da colega pude ver a sua emoção, no olhar daquele menino pude sentir a minha responsabilidade de como cidadão lutar sempre e incansavelmente por um mundo mais solidário, fraterno, desigual.
Lembrei da declaração dos direitos universais do cidadão, onde diz que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, não vi isso nos olhos daquela criança.
Senti a alegria no sorriso banguelo daquela mulher, espantar o choro do netinho, deixar aqueles olhos grandes e brilhantes do menino magro mais acesos quando mostramos alguns presentes para eles. (Artefatos meramente mascaradores da triste realidade em que eles vivem).
Saímos eu, minha amiga e a imagem dos olhos grandes e brilhantes daquele menino roendo a minha alma...
Por: Johan Adonis.
5 comentários:
bjohan eu estou vendo o seu blog na qual todas as tarde eu vejo o mesmo ao ler esta ultima noticia, como vc tambem mim deixou muito triste sabendo que no nosso pais ainda tem gente que passa fome. isto porque estamos em pleno seculo21.E muito socante o acontecimento.sera que com as viagem que a governadora faz por todos os lado ELA ja passou por la. na verdade não,porque os nosso po liticos so anda a onde tem a m idia.na sua opinião o que vc vair fazer, por esta familia.sera que ela tem pelo menos o bouca familia.e se falando de nem ielmo o de nem taipu,na realidade este bairro ou vila pertece algum municipio. ela deve ser uma cidadão brasileira.tente fazer algo por esta familia mesmo estando longe.
nuito marcante o seu texto..
Johan, comovente e sentimental o seu texto. parabéns amigo.
Um texto dessa natureza, meu amigo joan,em mim desperta, além de outros sentimentos, uma espécie de "alerta" pra mim mesmo, para vermos, quantas vezes somos "irracionais" ao reclamarmos de pequenos momentos difícies da vida que passamos....
AQUELES OLHOS BRILHANTES INSPIROU DE TAL FORMA EM VC ,INEBRIOU SUA ALMA E ESCREVESTES UMA REALIDADE TRISTE. SOMOS RESPONSÁVEIS PARA PELO MENOS AMENIZAR TAL SITUAÇÃO. QUE DEUS CONTINUE LHE ABENÇOANDO E DANDO=LHE FORÇA E CORAGEM P/ DENUNCIAR ESSAS INJUSTIÇAS, AINDA MAIS Q VEIO A CALHAR NESSA SEMANA SANTA ONDE NÓS ESTAMOS REVIVENDO A MEMÓRIA E PAIXÃO DE CRISTO.
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