Em termos da disputa eleitoral, o ano de 2010 já começou. Tanto nacional como estadualmente, pelo menos para nós, que nos dedicamos diretamente à politica partidária, o ano que ainda será inaugurado no calendário gregoriano, em janeiro, já vai avançado.
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A despeito de não despertar interesse e atenção da maior parte da população, que está mais preocupada e ocupada com as lidas ditadas pelas demandas cotidianas e com as respostas que os poderes públicos dão, ou não, às suas carências e necessidades, o 2010 eleitoral está à solta.
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Nacionalmente, Dilma Roussef consolida sua pré-candidatura à Presidência da República ao firmar acordo entre o PT e os partidos da base de sustentação do Presidente Lula. A oposição tucano-demo-midiazona, sem eixo e bandeiras, implementa força total em suas fábricas de factóides e Ciro e Marina buscam viabilizar seus nomes e projetos. É inevitável que o embate se dê entre as possibilidades de consolidação e avanços rumo a um país soberano e mais justo ou a volta ao passado. Aposto na primeira hipótese.
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Também em nosso Estado, a disputa provavelmente, será polarizada entre situação e oposição. Repito aqui o que venho dizendo há um certo tempo: Iberê Ferreira (PSB) e Rosalba Ciarline (DEM) só não serão candidatos a governador em 2010 se não quiserem.
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Iberê, em recente entrevista, assumiu definitivamente sua condição de pré-candidato e Rosalba fará o mesmo mais dia menos dia. Até porque a oposição não tem outro nome a apresentar e Rosalba não tem nada a perder. Além disso, José Agripino não tem como não aceitar a candidatura de Rosalba.
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As pré-candidaturas de Robinson Faria (PMN), João Maia (PR) e Carlos Eduardo (PDT) serão mantidas? Como candidaturas de situação está claro que não. E este dado da realidade política é por demais óbvio, goste-se ou não dele. Se hoje fazem parte da base de sustentação da Governadora Vilma (com excessão do PDT de Carlos Eduardo) a pergunta é: farão parte da base de sustentação do Governo Iberê? Como se sabe, Iberê Ferreira assumirará o Governo do RN, de março a dezembro de 2010. E já anunciou que será o candidato da situação, pelo PSB.
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Portanto, as candidaturas a Governador do RN nas eleições de 2010 de Robinson, João e Carlos, cada uma com sua representatividade específica, só se manterão se se constituirem como candidaturas de oposição aos Governos Vilma e Iberê. A despeito de ser legítimo e possível que cada partido lance seus candidatos a governador, a leitura da atual realidade política estadual, da correlação de forças e dos interesses, me faz acreditar que é mais provável que nenhum dos três nomes citados seja candidato a governador do RN agora em 2010. Esta situação poderá sofrer mudanças? Lógico. Afinal, estamos falando de política.
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Em se consolidando as candidaturas de Iberê, pela situação, e de Rosalba, pela oposição, não é possível prever de qual lado ficarão Robinson, João e Carlos Eduardo. Desnecessário dizer que desejo, torço e trabalho para que nenhum deles apoie a candidatura da oposição conservadora. Mas não ficarei surpreso se, como tantas outras vezes, os fatos políticos contrariarem meu desejo.
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Mas o que desejo mesmo é que este nhenhenhém em torno do nome de fulano ou beltrano dê lugar ao debate acerca da elaboração de propostas e projetos rumo ao desenvolvimento econômico, social e cultural deste Rio Grande do Norte.
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Eu e as torcidas do Alecrim, do ABC, do América, dos Potiguaras, dos Canindés, dos Tapuias e outras tantas tribos que formam o povo do RN ficaríamos muito mais animados com as eleições estaduais de 2010.
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Mineiro
P.S.: O que penso acerca da posição do PT-RN sobre 2010, a despeito de já ser de conhecimento público, será assunto de próximo artigo.
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(*) Fernando Mineiro é deputado Estadual do RN pelo PT.
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