No próximo dia 09 de maio, cerca de 1.800 agricultores familiares de 50 municípios de várias regiões do Estado – Oeste, Seridó, Mato Grande, Potengi, Trairi e Área Canavieira virão a Natal participar de uma caminhada até a Governadoria. Eles se concentrarão na Central de Comercialização da Agricultura Familiar localizada na esquina da Rua Jaguarari e Avenida Mor Gouveia, no bairro de Lagoa Nova, a partir das 8h. Às 10h seguem em caminhada para tentar ser recebidos pela governadora Rosalba Ciarlini e discutir uma pauta de reivindicações para o convívio com a estiagem. A própria Central de Abastecimento, construída há três anos e que nunca funcionou, é um dos alvos da ação.
Segundo o coordenador geral da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do RN (FETRAF-RN), João Cabral, as chuvas que têm caído aliviam a situação, mas não resolvem os prejuízos contabilizados pelos pequenos agricultores, que perderam o gado e a plantação por causa da seca. “Todos sabemos que a cada oito a 10 anos, enfrentamos uma grande seca, então, precisamos nos preparar para esse convívio com a estiagem, nos prevenindo para os períodos sem chuva: precisamos de providências imediatas e a médio e longo prazos”, aponta Cabral.
Na pauta de revindicações está a instalação imediata dos poços já perfurados e recuperação dos poços quebrados – mais de mil ao todo; além da perfuração de novos poços – em torno de 500 – nas terras dos agricultores; que o Estado viabilize a instalação e assessoria técnica do “Kit Produção” fornecido pelo PAIS - Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, que inclui um sistema de caixas d’água de cinco mil litros e irrigação. Eles pedem ainda a implantação de outras tecnologias para a obtenção de água, como as barragens subterrâneas, o sistema de barragens integradas para abastecimento coletivo – as barraginhas e os barreiros-trincheiras - que através do aprofundamento de córregos é possível acumular água.
Os pequenos criadores também reclamam uma política voltada para a recuperação do rebanho perdido com a estiagem (50%) e incentivos para a produção de forragens e silagem para a produção, na propriedade deles, de ração para o gado. Eles também pedem a criação de uma Secretaria Estadual de Agricultura Familiar, a exemplo do que fizeram outros estados do Nordeste como Pernambuco, Ceará e Bahia, para que o agricultor familiar receba uma atenção especial.
Jornal de Hoje
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